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domingo, 24 de novembro de 2013

Eu acho que a gente precisa de um tempo. Um tempo longe um do outro. Um tempo para refletir se tudo isso vale realmente a pena.
Porque nós estamos remando contra a maré, mas chega um momento em que o braço precisa descansar. E, sinceramente, eu não sei mais quanto tempo eu vou conseguir continua forçando.


02:34

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

♥ 10 coisas que eu odeio em você

1. Eu odeio o fato de você parecer sempre tão desinteressado nos meus assuntos.
2. Eu odeio como você transforma tudo em minha culpa.
3. Eu odeio o fato de você pensar que eu sou obrigada a concordar sempre com você.
4. Eu odeio você ser mais apaixonado por seus jogos do que por mim.
5. Eu odeio suas pequenas mentirinhas.
6. Eu odeio me sentir inferiorizada quando se trata de algo que eu gosto e você não.
7. Eu odeio algumas roupas bregas que você usa e sua falta de etiqueta.
8. Eu odeio quando você grita comigo sem motivo - e com motivo também.
9. Eu odeio o tanto que você desacredita, desmerece, desvaloriza e questiona meu amor.
10. Eu odeio te amar tanto assim, mais do que minha razão aconselha, mais do que meu coração aguenta. Odeio você estar sempre tão longe de mim. Odeio não poder te tocar, te abraçar, te beijar. Odeio nossas briguinhas bestas. Odeio o medo absurdo que eu tenho de te perder. E odeio, principalmente, a sensação de que eu tenho falhado com você.


18:57

sábado, 1 de junho de 2013

♥ Apenas um adeus

Sabe, depois que a gente teve aquela discussão idiota eu fiquei pensando em muita coisa. E era por isso que eu não queria que você visse meu rosto, porque eu não estava bem...

Eu comecei pensando em como era difícil para você assumir que havia errado. Em como você preferia dar voltas e voltas nos assunto para tentar ter razão em alguma coisa, ao invés de simplesmente aceitar que eu tinha razão. E em como a discussão acabou abruptamente porque você disse que havia apenas concordado comigo para que eu parasse de falar. Sabe, para alguém que está cursando Direito, escrevendo um livro e se gabando do seu português, você precisa aprender a se comunicar mais. E por comunicar eu quero dizer dialogar, falar e escutar, argumentar e compreender o que o outro diz. E não querer impor sua opinião, como você faz tão facilmente com todo mundo. E talvez esse seja o grande problema do nosso relacionamento. Eu também não aceito nada tão facilmente. Eu não sou fácil de enganar com alguns rodeios e uns argumentos mal fundados. Em questão de comunicação, eu acho que tenho mais experiência do que você. E aí eu bato de novo no seu ego que não aceita ser inferior a ninguém.

Depois disso, meus pensamentos foram muito além e eu comecei a questionar diversos aspectos do nosso relacionamento, coisas que já passaram tantas vezes pela minha mente, que já me atormentaram tanto, mas que por alguma razão eu sempre acabei relevando e esquecendo. Aliás, não esquecendo, "arquivando", porque eventualmente tudo acaba voltando. Eu comecei a pensar em como é horrível ser constantemente lembrada de que nós só estamos namorando porque eu praticamente te implorei por isso. E é você mesmo que faz questão de lembrar, de ostentar como se fosse um troféu. Você não imagina o quanto isso me faz sentir patética. Implorar que alguém me queira, implorar que alguém me dê atenção... Eu nem vou entrar no mérito de atenção, porque já discuti isso tantas vezes com você e ainda assim eu sinto que você não entendeu. Você ainda não descobriu o que tem feito de errado, mesmo eu mostrando tão claramente. Aliás, eu vou voltar a esse assunto, sim. Porque agora que está tudo sendo esclarecido, talvez seja a hora em que você finalmente vai entender.

Eu nunca disputei atenção com seus amigos, nunca te disse para não jogar um jogo ou sair com alguém porque eu queria que você ficasse comigo. Mas quando eu viajava para passar o final de semana com você, eu queria, sim, que você dedicasse a maior parte da sua atenção a mim. Vou te dizer detalhadamente como era minha rotina: Eu estudava das 6 às 12h20, depois trabalhava de 13h30 às 18h30 (chegando em casa às 20h), de segunda à sexta. Sexta sim, sexta não, eu praticamente virava a noite arrumando as minhas malas, para no sábado de manhã 5h40, acordar, pegar um ônibus, ficar mais de 1h no trânsito, esperar avião, pegar o voo, chegar em Valadares e então te ligar. (E eu não sei se você já sabe disso, porque tem muita coisa sobre mim que você não se interessa em saber, mas eu não consigo dormir uma vez que eu já acordei, então aquelas eram minhas únicas horas de sono de sexta/sábado). E então, depois de passar um dia inteiro esperando, você só ia me ver quando anoitecia. (Você ainda não trabalhava na AeC nessa época, só um pequeno lembrete). Imagina a frustração que eu sentia ao viajar para te ver e você não fazer questão nenhuma de ficar mais tempo comigo? Depois disso, ou eu viajava no domingo à noite, chegando exausta em casa, para na segunda acordar às 6h e começar toda a rotina de novo, ou eu viajava na própria segunda, acordando o mais cedo possível e chegando aqui diretamente para a aula, depois trabalho etc.

Era cansativo, era exaustivo, mas ainda assim eu fazia. De 15 em 15 dias. Mesmo sabendo que chegando aí tudo seria igual.

Hoje em dia, eu não posso mais fazer isso, porque não vou bancar uma viagem de avião de mais de 200 reais. E porque chega um momento em que a gente cansa. Mas ainda assim eu vou o máximo que eu posso. Em feriados, em dias que eu não tenho aula... E sabe o que acontece? A gente só se vê à noite. Eu só consigo te ver por mais tempo se eu for até a sua casa, e, quando eu vou, tenho que me contentar em deitar na sua cama e encarar o teto do seu quarto enquanto você fica no computador, jogando ragnarok, mexendo no Tumblr ou fazer qualquer outra coisa que você poderia fazer em qualquer outro dia, porque a gente tem passado até 40 dias ou mais sem se ver. Mas você escolhe fazer isso no nosso pouco tempo junto. É frustrante.

E, sabe, eu me sinto muito triste por não ter um namorado, como todas as outras pessoas têm. Olha o relacionamento da sua irmã! Olha a maneira como o Wilander a trata. Ele a busca em casa todos os dias, ele passa a maior parte do tempo na casa dela, com a família dela, fazendo coisas para agradar a ela. Ele a leva ao supermercado, ele a leva para sair, ela a leva em viagens. E eu nem estou me referindo a transporte, porque uma coisa que eu nunca cobrei de você foi isso e você sabe. Mas ele está lá para ela e é isso que conta. É a boa vontade. É o fato de ele querer fazer algo por ela, porque ela vale a pena. E, sinceramente, eu acho que eu valho a pena. Você não acha? Eu me lembro de uma coisa que eu te disse no dia que eu pedi para que você me pedisse em namoro. Eu citei um livro que eu havia acabado de ler e essa frase eu adotei como mantra da minha vida: "cada um aceita o amor que acha que merece". Eu tenho aceitado muito pouco. Eu sei que eu mereço mais.

Eu fiquei pensando em tudo que as pessoas fazem umas pelas outras. Hoje, fiquei zoando a maneira como o Guilherme se referia à Marcella, mas ele estava certo. Porque quando você está apaixonado, você não tem medo de ser bobo, de falar criancices e coisas bregas. E então eu fiquei pensando nos namorados que vão buscar/levar as namoradas no aeroporto, rodoviária, qualquer lugar, apenas para poder ficar junto até o último minuto. Novamente, você não tem um carro, mas talvez se você convivesse mais com a minha família, você tivesse a liberdade para ir e voltar com eles. Mas esse é outro aspecto com o qual você não se incomoda. Você não faz a mínima questão de se aproximar. Você tem preguiça de tentar se enturmar com a minha família. E isso me entristece bastante. (Sabe, meus pais vivem passando por problemas, minha casa vive um inferno, e eu nunca falei nada disso para você, porque eu não tenho essa liberdade. Nem parece que a gente namora há tanto tempo assim).

E por falar em família, você me lembra muito meu pai. Eu amo meu pai, mas eu sempre disse a mim mesma que nunca me casaria com alguém como ele. Eu sei o que minha mãe já passou/passa com ele dentro de casa. E, sinceramente, eu não quero viver o mesmo. Ela merece mais do que isso e eu também. Só que obviamente eu acabei me envolvendo com você, alguém tão parecido com meu pai que parece que você é o filho dele e não eu. Vocês são orgulhosos, vocês são difíceis de dialogar, vocês são arrogantes e acham que têm sempre razão e que o mundo gira ao seu redor, vocês são covardes, adoram brigar quando dá para fugir ou se esconder, mas amolecem na hora de enfrentar um homem cara a cara, vocês são preguiçosos e não almejam nada para a vida.

E esse último aspecto é outro que me entristece. Eu não entendo suas prioridades. Eu não entendo o que você quer da vida. Eu não consigo entender alguém que me diz que vai trancar a matrícula da faculdade e vai comprar um computador. Eu não consigo entender alguém que não quer ser bem sucedido, que tem medo de ser chefe, que foge de responsabilidades. E, francamente, isso destoa completamente de todos os discursos que você faz. Ah, isso é outra característica que você tem em comum com meu pai. Você mente, mente muito. Mente para mim, para as pessoas que você conhece, para a sua família e para si mesmo. E quando você, com 24 anos, não tem um plano de futuro, não procura uma profissão melhor, não quer um estudo e nem sonha em planejar comprar um imóvel, um carro ou algo de adulto, isso me preocupa. Porque eu, com meus 21, já me preocupo com isso até demais. E, me desculpe, eu não vou ficar para trás te esperando. Do mesmo jeito que eu não vou te levar nas costas. Eu preciso de alguém que me acompanhe, que caminhe e suba os degraus comigo. 

Sabe, Daniel, tem várias outras coisas que eu poderia ficar falando aqui, mas acho que o restante só vai te machucar. E eu não gosto de machucar ninguém.

Então, acho que já deu para entender aonde eu quero chegar com isso. Eu to com tanta coisa na cabeça agora. Tenho que me formar, tenho que pensar e decidir o que eu vou fazer pelo resto da minha vida, mesmo que isso me apavore, tenho que começar a pensar no futuro e a colocar minha vida em ordem. Eu acabei de melhorar de uma Síndrome de Pânico, coisa que você não faz ideia de como é de verdade e, aliás, acha que eu inventei, já que eu sou hipocondríaca, né? Porque todas as doenças que eu tive, foram invenções minhas (claro, porque como eu podia, por exemplo, estar com labirintite se logo depois eu aceitei sair na rua com você? Eu não devo ter fingido estar bem só para não desperdiçar meu pouco tempo com você, é realmente mais fácil eu ter inventado a tontura) ou todas as outras coisas (como quando eu dizia que estava me sentindo enjoada e, sem que você notasse, entrava passando mal, vomitava, escovava os dentes e voltava como se nada tivesse acontecido) ou quando eu tive minha hemorragia (essa, sim, foi minha melhor invenção. Falsifiquei meus exames de sangue e até fingi estar pálida). Realmente, eu sou hipocondríaca. Eu invento minhas doenças só para chamar atenção. Você tem razão.

Mas, então, com todas essas questões, eu encerro isso dizendo que você tinha razão em outra coisa. A gente não deveria ter começado a namorar. A gente não conseguia direito nem como amigo. Nós nos esforçamos, nós nos cansamos, nós nos irritamos. E, poxa, se a gente consegue causar uma discussão tão feia com assuntos tão ridículos, o que será que aconteceria se a gente se casasse? Acho melhor a gente parar por aqui e salvar as pequenas boas lembranças que nos restam.

Ainda assim, eu te amo. E desejo o melhor para você.

Espero que você tire algum aprendizado disso. Eu aprendi muitas coisas.

Deus te abençoe, mesmo você ainda teimando em dizer que não acredita NELE. Sei que vocês têm suas questões a serem resolvidas também. Espero que você consiga abrir sua mente e seu coração o suficiente para aceitar isso.


05:26

sexta-feira, 19 de abril de 2013

♥ Egocentrismo & Insegurança


 Lizzie tinha 17 anos e achava que sabia alguma coisa da vida, mas na verdade não passava de uma adolescente boba, imatura, tímida e altamente pré-conceituosa. Sua amiga Jane, melhor amiga na época, era completamente o oposto. E foi ela que ensinou a Lizzie muita coisa. E foi ela que fez a vida da Lizzie mudar. Mas essa história não é sobre ela.
 Lizzie vivia ouvindo sua amiga contar sobre os novos garotos que havia conhecido. Secretamente, sempre havia sonhado em andar com uma turma de garotos, mas a timidez extrema e o recente inexplicável bloqueio ao falar com meninos não permitiam que ela realizasse seu sonho. Além do mais, os garotos da escola eram muito imaturos. Então Lizzie apenas ouvia sua amiga contar de suas noites divertidas e de seus novos incríveis amigos, do namorado recém-conquistado e, em silêncio, desejava profundamente poder conhecê-los.
 Então um dia, após se certificar de que seu território estava bem marcado, Jane resolveu convidá-la para sair com seus amigos. Ela vivia dizendo que Lizzie precisava ficar com um dos irmãos de seu namorado para que pudessem sair em casais. O mais novo, porém, era muito religioso, nunca havia beijado, apesar de já ter passado dos 20, e provavelmente gostaria que sua primeira experiência romântica fosse com alguém de sua igreja. Lizzie soube na hora que ele não era uma opção. O irmão do meio (o namorado de Jane era o mais velho) parecia um cara legal. E havia também o melhor amigo deles, que namorava uma menina que ela nunca chegou a conhecer.
 Quando Lizzie finalmente os encontrou, estava extremamente empolgada e envergonhada. Muito envergonhada. Ela entrou no carro do namorado de Jane e foi sentada no banco de trás com o irmão do meio, enquanto eles iam até a casa da namorada do melhor amigo para buscá-lo. Sentada no carro, Lizzie não conseguiu ver a cara deles. Ela percebeu que o garoto despediu de sua namorada e então abriu a porta, se sentando ao seu lado. Ele era engraçado.
 Então eles foram comer e conversaram e conversaram e Lizzie ficou maravilhada. Eles todos eram engraçados, eram hilários. E eram inteligentes, sagazes, divertidos. Ela sentiu que se encaixava, embora a timidez não a permitisse fazer nada além de rir. No final da noite, eles não eram mais apenas os amigos de sua amiga. Eram Bing (o namorado), George (o irmão do meio) e Darcy (o melhor amigo).
 Na noite seguinte, Lizzie os viu de novo. E de novo. E a pressão para que ela ficasse com alguém do grupo parecia aumentar. Em sua mente, a primeira opção foi Darcy. O que fumava. O que era ateu. O que fazia grosserias. Era irônico pensar que, dias atrás, seria capaz de torcer o nariz à mera menção de uma pessoa assim.
 Na verdade, era tudo tão novo para ela. Parecia que queria fugir da sombra de garota boba que havia sido por tanto tempo e, para isso, o cara mais “errado” seria o melhor. Mas ele tinha namorada. E então a ideia desapareceu de sua mente com a mesma rapidez com que havia aparecido. 
 A segunda opção era, obviamente, George. Ele era um garoto legal. Muito parecido fisicamente com Bing, o que era estranho, mas legal. E ele estava se mudando para Belo Horizonte, o que ela também faria dali a um tempo. Parecia o mais certo a se fazer.
 Houve uma noite em que ela achou que ficaria com George. Estava indo embora da casa dele, que era apenas a um quarteirão da sua, mas estava à noite e precisava de alguém que a acompanhasse. Só que Darcy estava indo naquela direção e se ofereceu para levá-la. Lizzie não se incomodou com isso. Eles foram conversando sobre constelações, ela contou a ele que uma das estrelas do Cruzeiro do Sul levava seu sobrenome. E, ao se despedir, ela se sentiu mal por desejar que fosse Darcy quem estivesse solteiro. Ele estava namorando, ela se lembrou mais uma vez, namorando e bastante apaixonado. Ele nunca seria uma opção.
 Então, em outra noite qualquer, George foi levar Lizzie em casa. Faltavam poucos dias para ela se mudar. Ele iria logo em seguida. Os dois se beijaram na porta de sua casa e combinaram de se ver de novo em Belo Horizonte. A essa altura, ela já o achava muito machista, mas decidiu dar a ele outra chance. Seria bom ter alguém conhecido em sua nova vida na capital.
 Ela se mudou. Ficou triste por ter que deixar tudo para trás. Sua família, sua grande amiga, seus novos amigos – a quem ela havia esperado tanto para conhecer -... Mas uma vida inteiramente nova a aguardava e isso não deixou que ela se sentisse mal. Afinal de contas, ela já havia quebrado o bloqueio. Conseguiria fazer novos amigos, conseguiria andar com os garotos e se tornar uma pessoa mais descolada. Ou ao menos isso ela esperava.
 O começo da faculdade foi cercado por festas e bebedeiras no bar perto de sua casa. Parecia divertido, mas não havia nenhuma conexão. Lizzie sabia que faltava algo. Não conseguia se sentir confortável entre aquelas pessoas. Ela fez amigas na república onde morou, saiu com o amigo do namorado de outra amiga, mas se arrependeu profundamente. E então George chegou. 
 Uma mensagem dele na internet disse que estava tentando falar com ela e perguntou por que ela não o atendia. Lizzie não havia recebido nenhuma chamada. Ela pediu desculpas e ele ligou de novo, então eles combinaram de se ver. George a buscou em casa e eles foram a um barzinho legal. Beberam cerveja, comeram batata frita e falaram sobre a vida. Lizzie ficou chocada com o que descobriu. Na verdade, parecia até que ele queria mesmo assustá-la. George contou que já havia fumado maconha, que também não acreditava em Deus, que estava em BH para curtir a vida... Aquilo foi demais para a mente ainda muito fechada de Lizzie. Como poderia continuar saindo com um cara que usava drogas? Que era ateu? 
 Eles ficaram naquela noite e ele a deixou em casa, mas não trocaram mais mensagens. Ela não queria se envolver com alguém que julgava ser tão errado. Ele parecia uma pessoa totalmente diferente do que ela imaginava. E ele, pelo que ela ficou sabendo por sua melhor amiga depois, disse à mãe que Lizzie era certa demais para ele. Era menina para namorar. E ele estava ali para curtir a vida.
 Então Lizzie continuou em sua faculdade, indo a festas, indo a bares, saindo para diversos lugares. E não conhecendo ninguém. Ela começou a se sentir sozinha demais. E inconscientemente, passou a desejar que julho chegasse logo, que ela pudesse voltar para casa.
 Então suas férias chegaram. Reencontrar George em sua cidade foi um pouco desconfortável, afinal de contas, eles nunca chegaram a colocar um ponto final na história. Embora estivesse acostumava a casos mal resolvidos, era estranho vê-lo depois de ambos terem sumido sem nenhuma explicação. Mas George não era o único que estava ali. Bing e Darcy dividiam sua atenção e faziam com que ela se sentisse cada vez mais parte do grupo. E havia também um outro detalhe: Darcy estava solteiro.
 Quando os conheceu, Lizzie realmente tinha essa ideia de que Darcy e sua namorada eram o tipo de casal que não terminaria nunca (embora anos depois ela tenha descoberto que, na verdade, eles viviam terminando). Mas então Darcy estava solteiro e foi a partir dali que ela conheceu um lado dele que não conhecia. Descobriu que ele já havia traído a ex-namorada, percebeu que tudo que ele fazia era falar de mulher, olhar para mulher e ficar com todas as mulheres. Ele também era grosseiro e, em um dia, chegou a chamar ela, Bing e Jane de gordos, simplesmente porque eles estavam tentando dizer que cigarro fazia mal à saúde. E mesmo que tenha pedido desculpa a Lizzie depois, ela ficou se sentindo bastante ofendida. E então ela percebeu que Darcy era muito pior do que George (ele também fumava maconha de vez em quando), mas por alguma razão aquilo não a incomodou da mesma forma. Não era como se eles fossem ficar juntos algum dia...
 Sabendo que suas chances de ficar com Darcy haviam diminuído ainda mais, ela conseguiu, de certa forma, se sentir mais à vontade ao lado dele. Eles se tornaram bons amigos. Havia um lado dele também que ela só conheceu depois. Ele era carinhoso e atencioso. E sincero. Sincero até demais. E isso fez Lizzie feliz. Era o que ela precisava em um bom amigo.
 Darcy a abraçava quando podia, deitava em seu colo e pedia por um cafuné e até mesmo ficava de mãos dadas com ela ocasionalmente. Quando saíam com Bing e Jane, eles pareciam mais um casal do que os outros dois. E então Lizzie descobriu algo que mudou bastante seu modo de enxergar Darcy. Embora não tivesse acreditado a princípio, ela ficou sabendo que Darcy ainda era virgem. Apesar de toda a sua pose de mulherengo, ele era um cara reservado... Mas quando descobriu aquilo, Darcy estava ficando com outra menina, uma menina com quem ele já não queria mais ficar, e Lizzie começou a se sentir desconfortável. Não queria que ele a abraçasse demais. Não queria que ele ficasse com a menina e, depois que a menina fosse embora, viesse ficar muito grudado nela. Aquilo não estava certo e ela não queria ser feita de boba.
 O dia que as coisas começaram a mudar de verdade foi marcado por apenas uma frase de Darcy. Haviam saído os quatro mais uma vez e, quando Bing o deixava na porta de sua casa, ele simplesmente disse “eu poderia chegar nessa menina linda aqui, mas não vou fazer isso porque sei que não valho a pena para ela”. O choque que Lizzie levou provavelmente ficou expresso em seu rosto. Ela não imaginava que Darcy a achava bonita, ou melhor, linda. Nem que ele tinha interesse em ficar com ela. E muito menos que ele a achava boa demais para ele. Ela havia entendido direito? Em silêncio e com os pensamentos a mil, Lizzie foi para casa e mal conseguiu dormir aquela noite.
 Com o passar do tempo, o interesse de Darcy foi ficando mais evidente, mas ele mesmo havia criado uma barreira ao dizer que não valia a pena para ela. Enquanto o via ficar com outras garotas, Lizzie se questionava por que uma parte sua queria que ele ignorasse os valores e as questões morais e chegasse nela, como havia dito que gostaria. Mas ela continuou em silêncio, tentando afastá-lo quando ele se aproximava demais, ainda com medo de estar agindo errado ao deixá-lo abraçá-la daquela forma quando não estava ocupado demais beijando a boca de outra menina.
 Então, sem saber como, um dia ela percebeu que estava se apaixonando. Estava se apaixonando por Darcy, o último cara por quem ela deveria se apaixonar. O garoto que ia contra tudo aquilo que ela um dia havia imaginado, o garoto que havia dito ele mesmo que não valia a pena. E, além de tudo, o melhor amigo do menino com quem ela havia acabado de ficar. Aquilo não ia pegar bem. Então Lizzie tentou de tudo para lutar contra esse sentimento inoportuno.
 Eles continuaram sendo bons amigos, apesar de tudo. E conversavam sobre várias coisas e se divertiam. E Lizzie se sentia o máximo quando conseguia fazer algo que o deixava orgulhoso (como ser a única a acertar o alvo com o arco e flecha que ele tinha ganhado e pelo qual era apaixonado). 
 Houve uma noite em que eles saíram, os quatro, para um jantar de uns amigos dos pais do Bing (só os quatro, pois George passava a maior parte do tempo em Belo Horizonte e Lizzie ia para casa em todos os feriados). Darcy se sentou ao lado dela e brincou e fingiu que brigou e arrancou risadas dela a noite inteira. Ela pediu que ele se casasse com ela se ficassem velhos e estivessem solteiros, mas ele disse que já havia feito essa promessa a outra amiga. Mas no fim da noite, ele se levantou, puxou Lizzie pela mão e começou a dançar com ela. Não havia música e ele começou a cantarolar All my loving, dos Beatles, em seu ouvido. E Lizzie se perguntou se ele também já havia feito aquilo com alguma outra amiga. 
 Quando chegaram na casa do Bing, a mãe dele a avisou que Darcy era um “mulherengo” e que fazia hora com a cara de todas as meninas. Ela falou em tom de brincadeira, mas Lizzie entendeu o recado. E a parte sensata da sua mente ganhou mais força para lutar contra a parte que teimava em querer se apaixonar. 
 Ela passou a tentar esquecê-lo quando estava em Belo Horizonte. Tentou se apaixonar pelo skatista bonitinho que cursava publicidade e pelo monitor do seu laboratório de fotografia, mas bastava pisar novamente em sua cidade e ver Darcy para o sentimento voltar com força total. Parecia inútil lutar contra isso.
 Em outubro, uma notícia fez seu coração quase despedaçar. Ela caminhava com Jane, que, ainda alheia ao sentimento da amiga em relação a Darcy, não escondia nada que acontecida dela. Então, no meio de um assunto qualquer, Jane disse “eu não te contei a novidade! Darcy virou ‘mocinho’” e riu. Mas Lizzie não conseguiu rir. E como se aquele golpe não fosse suficiente, Jane terminou de massacrar seu coração ao contar que ele estava namorando. Darcy estava namorando uma mulher mais velha que ele, com quem havia perdido a virgindade... Lizzie teve que se segurar para não demonstrar o quanto aquilo a havia afetado e teve que esconder a dor inexplicável que surgiu em seu peito ao receber as duas notícias.
 Mas quando dezembro chegou, o namoro de Darcy já havia terminado e eles ficaram mais próximos do que nunca. Saíram para jantar com seu casal de amigos, foram à chácara juntos e decidiram fazer juntos também uma aventura: pular de paraglider. O pai de Lizzie sempre voou e desde que ela se entendia por gente, ir ao Pico da Ibituruna era sempre divertido. Então ela aproveitou o desejo que havia adquirido recentemente de experimentar um voo duplo e convidou Darcy para ir também. Seu pai conseguiu um desconto para ele, então eles escolheram um dia em que seus amigos estariam em uma festa fora da cidade para fazer o voo. Foi a primeira vez que Lizzie ficou completamente sozinha com Darcy.
 Antes de passar com seu pai na casa dele, ela ficou imaginando como seria. Se teria aqueles momentos de silêncio constrangedor, se Darcy acharia que sem os amigos a companhia dela era um saco e se ela conseguiria sequer manter uma conversa coerente com ele. Mas tudo ocorreu melhor do que ela esperava. Eles subiram o Pico no ônibus que levava os pilotos e foram conversando sobre música e sobre o novo all star que Darcy tinha comprado. Estando os dois a sós, ela percebeu que havia outro lado dele que ainda não conhecia. Um lado sensível, educado e verdadeiro. Por trás de toda aquela carranca de garoto errado, havia um menino assustado que só precisava de atenção.
 Lá em cima, eles andaram pelos lugares e Darcy não hesitou em pegar sua mão, sem se importar com o fato de que praticamente todo mundo ali conhecia o pai dela. Não era de se espantar que, no final do dia, os dois estariam sendo chamados de namorados por todo mundo. Inclusive pelo pai dela.
 Darcy voou primeiro e logo depois foi Lizzie. E como se o dia já não estivesse sendo agradável o bastante, Lizzie acrescentou aquela experiência às melhores de sua vida. Enquanto aguardava a hora de ir embora, Darcy conversou com o pai de Lizzie sobre os Beatles e ela ficou se sentindo a garota mais feliz do mundo.  Então, quando anoiteceu, ele perguntou se ela queria sair e os dois combinaram de ir comer alguma coisa. Lizzie chegou em casa, tomou seu banho e ligou para Darcy, ainda empolgada demais. Ele se espantou com a rapidez dela ao se arrumar e pediu que ela se casasse com ele. Lizzie apenas riu. Eles se encontraram e foram a uma lanchonete perto da casa dela, onde comeram, conversaram mais um pouco e então decidiram ir embora. E o frio na barriga de Lizzie já indicava o que viria a seguir. 
 Ela se sentiu angustiada ao refazer o mesmo caminho por onde, um dia, mais ou menos um ano antes, eles conversaram sobre as constelações. Sua mente insistia para que ela pensasse em algo rápido quando o silêncio começou a se tornar um indicativo de que a mente dele estava seguindo uma direção que ela temia. Mas ela não foi rápida o bastante e ele acabou dizendo. Perguntou a ela o que aconteceria se eles se beijassem. E se depois eles parassem de ficar, se eles ainda seriam amigos. Ela quis dizer que eles não deveriam fazer aquilo. Tinha medo. Medo dos seus sentimentos, medo de perder a amizade de Darcy, medo de estragar tudo aquilo. O dia já havia sido tão bom...
 Mas tudo que saiu de sua boca foi um constrangido “não sei” e com um “acho que a vale a pena arriscar”, Darcy a puxou e a beijou. Dentro da cabeça de Lizzie havia uma clara separação. Metade de seu cérebro queria gritar com ela, dizer que aquilo estava errado, que ela era uma grande idiota e que havia estragado tudo. Mas havia também aquela parte que sussurrava que, na verdade, aquilo era o que ela mais queria. E era bom demais para ser ignorado.
 Após o primeiro beijo, Darcy perguntou por que ela estava sorrindo e ela desejou poder enfiar a cara em um buraco, envergonhada. Então ele perguntou o que aconteceria se eles não ficassem mais quando Jane e Bing voltassem e ela deu de ombros. Depois, ele perguntou o que aconteceria se ele parasse de beijá-la naquele momento e Lizzie disse “você seria um babaca”, ao que ele respondeu com “mas eu já sou um babaca”. E Darcy continuou a fazer perguntas que começaram a deixar o coração de Lizzie apertado e a sensação de arrependimento começar a chegar. Ele brincou, dizendo que aquela era sua vingança com George (por ter ficado com outra menina depois que ele havia ficado também) e, estupefata, ela perguntou “então é disso que se trata?”. Ele disse que não, mas também servia para isso.
 E no final da noite, Lizzie não conseguia definir se estava triste ou feliz. Enquanto a parte sensata de seu cérebro gritava um terrível “eu te avisei”, a emotiva continuava insistindo que, na verdade, Darcy não havia feito nada demais. E que ele estava apenas assustado.
 Eles combinaram de se encontrar cedo na manhã seguinte para fazer uma aula experimental de paraglider e, apesar do sono, ela conseguiu acordar. Mas ao ligar para ele, teve seus planos desmarcados. Ela tentou não se sentir frustrada e insegura.
 Quando Jane voltou, Lizzie contou a ela o que havia acontecido e sua amiga respondeu com um “eu já sabia”. Segundo ela, Darcy havia conversado com George e perguntado se teria problema ficar com ela. E havia dito também que estava com medo de estragar tudo e perder a amizade de Lizzie. Então seu coração respirou aliviado ao perceber que ambos estavam na mesma situação.
 Naquela noite, Darcy não apareceu. Com a desculpa de uma dor de cabeça, mandou uma mensagem a ela dizendo ser o “canalha perfeito”, por sumir no dia seguinte. E então ele também não apareceu no outro dia. No terceiro, eles combinaram de se encontrar no shopping, todo mundo junto. Lizzie foi com Jane e Bing e passou a maior parte do tempo sem vê-lo, pois ele havia ido comprar um livro com sua irmã e um amigo. Fitz. Outro amigo que Lizzie passou a conhecer.
 Quando finalmente o encontrou, ela não soube como reagir. Ficou sem graça, ficou nervosa e o bloqueio voltou. Tentou agir normalmente, fingir que nada havia acontecido, mas quando ouviu ele dizer na mesa que tinha esquecido de ligar para uma menina que havia conhecido no clube - e que ela acharia que ele havia dado um fora nela -, seu estômago embrulhou. Ela não conseguia acreditar no que ele estava fazendo... Tentou parecer indiferente, tentou não deixar seu cérebro começar a gritar “eu te avisei” de novo e apenas forçou um sorriso quando ele passou por ela e bagunçou seu cabelo. Sua vontade era de mandá-lo à merda.
 Nos dias seguintes, eles pouco se viram.
 Então chegou o Natal de 2010. No dia 25, os amigos (os quatro, George, dois amigos de Belo Horizonte e a prima de um deles) combinaram de se reunir na casa de Bing para fazer uma confraternização. Compraram bebidas, inventaram jogos e encheram a cara. Eles brincaram de Eu nunca e Verdade ou Consequência. Darcy se sentou ao seu lado e segurou sua mão. Ela não resistiu. 
 Quando ele a beijou, no meio do jogo, Lizzie não pensou em nada. O álcool já fazia bastante efeito.
 O jogo acabou, eles ficaram, a bagunça aumentou, Darcy passou mal. Quando os novos amigos  resolveram colocar música alta e apagar as luzes, Lizzie se levantou para dançar. Ela dançou com Gustavo e se divertiu e então viu Darcy vir em sua direção. Ele a beijou sem cerimônia e a levou para a escada da casa de Bing. Os dois estavam muito bêbados. 
 Depois de vários amassos e algumas liberdades que ela nunca havia concedido a ninguém, ela decidiu que precisava conversar. Havia um assunto martelando em sua cabeça desde quando o encontrara naquele dia. Mais cedo, havia visto um texto que Darcy havia escrito sobre amizades e romances em conflito. Então, naquela noite, ela perguntou a ele o que ele realmente queria dizer. Darcy disse que o texto não era sobre ela, mas quando ela questionou o que aquilo significava para os dois, ele apenas resmungou algo como “você mora em Belo Horizonte, não tem que significar nada”. Mais alguns beijos e ela achou que era hora de ir embora. Ele disse para ela ir, pois não queria que eles acabassem fazendo alguma coisa da qual ela pudesse se arrepender depois.
 O dia seguinte foi tão estranho quanto o reencontro após seu primeiro beijo com ele. Eles novamente se encontraram no shopping, junto aos amigos e, dessa vez, Lizzie ainda teve que lidar com uma ressaca não apenas física, mas também moral. Ela mal conseguiu olhar Darcy nos olhos. Se sentia envergonhada, se sentia acanhada e sentia mais alguma coisa que ela não sabia descrever. No começo, ela pensou que ele não seria um babaca com ela. Ele até mesmo a abraçou e tentou se aproximar um pouco, embora ela tenha tentado se manter afastada. Mas antes que a noite acabasse, Darcy disse aos amigos que queria sentar em uma mesa diferente da qual eles estavam porque estava de olho em uma garoto. Lizzie se sentiu a pessoa mais estúpida da face da Terra.
 Mas, então, no dia seguinte, aconteceu algo que fez os sentimentos de Lizzie entrarem em um imenso conflito: Darcy escreveu outro texto. Dessa vez direcionado para ela. Quando começou a ler, ela tentou não se iludir, não pensar mais uma vez que era sobre ela um texto que talvez ele tivesse escrito sem propósito. Mas estava muito claro. Ele estava falando dela.
 Nervosa, ela sentiu suas mãos tremerem e seu coração bater acelerado. O texto era tão honesto, tão verdadeiro. Parecia que Darcy havia desnudado sua alma. E ela se espantou com o fato de ele conhecê-la tão bem.
 Sem saber direito o que mais poderia fazer, ela resolveu contar a uma colega de sala sobre o novo texto de Darcy (com quem ela já havia compartilhado alguns dos textos escritos por ele), principalmente porque esse era para ela. Ainda atordoada, escreveu “estou tremendo da cabeça aos pés com o novo texto do D.” e qual foi a sua surpresa quando, após enviar, percebeu que havia mandado a mensagem para a pessoa errada. Ela teve vontade de pular de um penhasco quando viu a mensagem com o nome de Darcy em “destinatário”.
 Rindo de si mesma e do tamanho de sua burrice, Lizzie mandou um “ops, acho que mandei para a pessoa errada” e temeu tocar no celular pelo resto do dia. A única coisa que ela se permitiu fazer foi pensar em uma maneira de lidar com aquele texto, com o que ele havia dito. Eles precisavam conversar pessoalmente, e tinha que ser rápido.
 Mas eles não puderam se encontrar naquele dia e, no seguinte, Lizzie descobriu por Jane que Darcy havia viajado para Caratinga. Ele voltaria logo, mas quem não estaria mais na cidade seria Lizzie, que iria passar o Reveillon e o mês de janeiro todo na praia com sua família. Sem muitos recursos, ela teve que mandar um e-mail, discutindo sobre os pontos levantados por ele no texto e tentando explicar a mensagem idiota que havia enviado.
 O final da discussão por e-mail foi, mais uma vez, uma ideia vaga de que poderia haver algum tipo de sentimento diferente entre eles, mas que nenhuma atitude seria tomada em relação a isso. A verdade é que Lizzie nunca conseguia entender o que Darcy realmente queria. Ela não sabia quando ele brincava e quando falava a verdade, se gostava dela apenas como amiga ou se havia realmente algo a mais.
 Então, cansada de tentar entender, ela resolveu, mais uma vez, manter aquele assunto longe de sua mente. Aproveitou seu verão, conheceu gente nova na praia e quase conseguiu manter Darcy fora de sua mente.
 Obviamente, tudo mudou quando ela pisou em sua cidade mais uma vez. Vê-lo trouxe de volta todos os sentimentos, confusões e indecisões que havia mantido guardados. Ela teria poucos dias antes de ir embora para Belo Horizonte, portanto tentou não fazer nada que a prendesse mais a ele, mas, novamente, seus planos foram por água abaixo quando eles ficaram pela terceira vez, em um show de rock. 
 Foi uma surpresa para ela mesma. Darcy havia dito que não tomaria mais nenhuma iniciativa em relação a ela em seu último texto, portanto foi ela quem teve que dizer que queria beijá-lo, que afirmar quando ele perguntou se ela tinha certeza, e que escolher passar o resto da noite com ele, mesmo perdendo sua carona segura. E naquela noite, ela não se arrependeu, mesmo que todos os alertas de sua mente estivessem ligados.
 Quando voltou a Belo Horizonte, Lizzie tinha certeza de que estava apaixonada por Darcy. E também tinha certeza de que as coisas não seriam mais as mesmas entre eles. A notícia de que o garoto havia decidido se mudar para Vitória, para outro estado, a desestruturou completamente. E se eles nunca mais se vissem? Como seria capaz de lidar com aquilo? 
 Durante os dias em que esteve em Belo Horizonte, porém, tentou mais uma vez focar seus pensamentos no que acontecia ao seu redor e não pensar no que havia deixado para trás. Não pensar nele e no que poderia ou não acontecer em seu futuro.
 Mas Darcy voltou e acabou com seu medo. Embora, mesmo assim, as coisas tenham mudado. Quando Lizzie foi à sua cidade de novo, ela teve certeza de que sua história com Darcy havia acabado. Eles ainda eram amigos, ela passou uma noite bastante agradável em sua casa no aniversário de sua irmã mais nova, mas o lado romântico havia acabado. Ela soube que eles não ficariam mais. E, de certa forma, seu coração se sentiu confortável com isso.
 Sem a pressão de um relacionamento, a amizade dos dois voltou a se fortalecer, embora ela sentisse um misto de raiva e deleite quando ele começou a brincar dizendo que Lizzie era sua namorada. Mas Darcy havia mudado. Ele não era mais o cara grosseiro e arrogante que havia conhecido. Sua carranca de garoto babaca havia caído e, para ela, foi incrível poder ver sua verdadeira personalidade vir à tona.
 Quando julho chegou, Lizzie voltou à sua cidade, pronta para passar mais noites divertidas ao lado de seus amigos. Collins, um antigo amigo de Bing, havia se reaproximado e proposto que eles se juntassem toda sexta-feira para aprender a cozinhar alguma coisa, mas Darcy não parecia muito confortável com a presença do garoto. Então chegou uma sexta-feira que fez as coisas mudarem mais uma vez. 
 Estavam todos reunidos na casa de Collins, incluindo Gigi, a irmã mais velha de Darcy. Eles preparavam um prato de couve-flor com queijo gratinado e Darcy se mantinha afastado, embora durante as compras, mais cedo, ele tenha ficado excessivamente próximo de Lizzie. E, por azar, naquele dia Lizzie estava com uma terrível dor no estômago e bastante mau humor por causa disso.
 Quando o jantar ficou pronto, todos se sentaram à mesa e Gigi começou a conversar com Lizzie sobre Belo Horizonte, brincando que gostaria de ir morar com ela e perguntando como era seu irmão. Darcy se intrometeu na conversa e disse que o irmão dela era um babaca e, ofendida, Lizzie revidou “mas você já deve estar acostumada, porque o seu também é”. Então ela foi surpreendida por uma resposta que a deixou momentaneamente sem rumo. Sem hesitação, Darcy disse “é, mas quando você estava me agarrando na escada da casa do Bing você não achava isso”. Lizzie ficou tão assustada com aquela grosseria que apenas o encarou por longos segundos, antes de abaixar a cabeça e tentar engolir o resto de comida que estava em seu prato.
 Não podia acreditar que Darcy havia agido daquela maneira. Não podia acreditar que ele havia exposto sua intimidade daquela forma, na frente de todos, durante um jantar. Ela ficou se sentindo suja, como se fosse uma vagabunda qualquer que não resistia aos encantos do garoto. Nervosa, ela ignorou todas as tentativas de Darcy de fazê-la rir durante o resto da noite e, quando entravam no carro para ir embora, pediu que Gigi se sentasse entre os dois, já que Darcy tentava força-la a aceitar suas brincadeiras. Mas Lizzie não queria brincadeiras, ela merecia, no mínimo, um pedido de desculpas.
 Como Gigi não se sentou entre os dois, ela disse algo como “pelo amor de Deus, ele parece uma criança!”, quando Darcy não a deixou em paz, então o garoto parou. E de repente foi como se o carro tivesse ficado pequeno demais para os dois. Eles foram em silêncio até a porta da casa de Darcy e ele sequer se despediu ao sair.
 No dia seguinte, os dois se encontraram em um evento que teve na cidade, mas Darcy sequer a olhou nos olhos. E ela não podia acreditar que ele ainda se sentia no direito de ficar nervoso, sendo que o babaca da situação era ele! Os dois passaram um bom tempo sem direcionar a palavra um ao outro, então pouco antes de Lizzie ir embora para Belo Horizonte, Darcy a chamou no Facebook e a desejou boa viagem. Ele estava em Caratinga e não a veria mais antes que ela fosse embora, então Lizzie teve que se contentar em resolver sua briga com ele pela internet. Ela disse por que havia ficado chateada, ele disse que era apenas uma brincadeira e que se toda brincadeira fosse afetá-la daquela maneira, que ele não queria mais brincar com ela. Mas depois acabou pedindo uma meia desculpa e disse que aquele tipo de coisa não voltaria mais a acontecer.
 Mesmo com as coisas resolvidas, a situação de Lizzie e Darcy não voltou a ser igual. E durante as vezes seguintes que foi à sua cidade, ela mal o viu.
 Quando outubro se aproximava, Bing, Jane, Collins, Gigi, uma amiga sua e Lizzie combinaram uma viagem para Arraial D’Ajuda. Darcy não quis ir. E Lizzie sentiu sua ausência durante todos os dias. Chegava a ser ridículo o tanto que ela queria que ele estivesse ali e a saudade absurda que sentia, principalmente pelas coisas terem ficado ruins da última vez que eles haviam se visto.
 Na noite antes de irem embora da praia, as garotas se divertiam em um bar quando Gigi fez uma brincadeira que deixou Lizzie desconcertada. Respondendo à pergunta do barman sobre o que faziam paradas em frente ao balcão ao invés de irem curtir a noite, ela disse, apontando para Lizzie “ela é namorada do meu irmão”. Pega completamente de surpresa, Lizzie gritou “Gigi!” e a garota se corrigiu “ah não, ela deu um fora no meu irmão”. E, mais uma vez surpresa, Lizzie gritou novamente “Gigi! Também não foi isso”, mas ela não soube se explicar. Durante o resto da noite, sua mente ficou oscilando entre possibilidades. Tentando entender porque Gigi diria aquilo, o que ela achava que havia acontecido e se Darcy também via as coisas daquela forma.
 Antes de viajarem, Lizzie e Jane terminaram uma garrafa de vodka na beirada da piscina, onde Lizzie chorou suas mágoas e revelou à amiga toda a sua confusão, o que havia sentido com a brincadeira da Gigi e quanta falta sentia de Darcy ao seu lado.
 De volta em sua cidade, ela chegou a ouvir a voz de Darcy através do muro da casa de Bing, mas estava insegura. Se sentia feia, queria se arrumar, queria que ele a visse depois de tanto tempo e se impressionasse. Então ela não entrou, ela não o abraçou e ela não conseguiu encontrá-lo nos dias seguintes. Parecia injusto demais ter que voltar a BH sem poder sequer ver seu rosto.
 E por isso ela não conseguiu descansar durante as próximas semanas, até que estivesse de volta à sua cidade. Ela esperou ansiosamente pelo dia em que se veriam de novo e se frustrou todas as vezes em que ele não apareceu. Sua ausência começou a se tornar significativa demais, então Lizzie percebeu a verdade. Ele a estava evitando.
 Aquilo doeu mais do que ela esperava.
 Quando finalmente Darcy resolveu aparecer, ela imaginou as diversas formas em que eles se abraçariam, em como ela diria que estava com saudades. Mas ele apareceu enquanto eles assistiam a um filme e apenas bagunçou seu cabelo antes de seguir para o mais longe possível. A frustração de Lizzie se tornou gritante.
Então ela bolou um plano. Iria colocar tudo na mesa com Darcy. Iria contar como se sentia. Iria descobrir o que ele de verdade sentia por ela. E ia resolver aquela situação de uma vez por todas.
 Como viajaria em breve para a praia e o aniversário de Darcy também se aproximava (além de o Natal ter acabado de passar), ela decidiu que precisava de um presente também. Queria que ele tivesse algo para se lembrar dela. Depois de rodar praticamente a cidade inteira, encontrou um isqueiro interessante e pensou que aquele seria um ótimo lembrete. Então ela o comprou e torceu bastante para que não soasse como uma idiota.
 Depois de combinar com Bing um plano que não permitisse a Darcy fugir dela, Lizzie foi, com as mãos (e o resto do corpo) tremendo como nunca, até a casa de Bing. Quando o viu, ela sabia que não havia mais volta. Era tudo ou nada.
 Os dois se sentaram na porta da casa do amigo. Lizzie disse que precisava conversar, entregou o isqueiro (que ele acabou gostando bastante), e então começou o discurso que havia ensaiado tantas vezes em sua cabeça. Obviamente, ela não conseguiu dizer exatamente tudo que precisava. Ela não disse como se sentia, nem perguntou o mesmo a ele. Apenas disse que queria resolver sua situação e queria deixar para trás a briga completamente infantil que haviam tido no meio do ano. Darcy concordou e confessou que estava evitando Lizzie. Ele disse que não queria machucá-la mais com suas brincadeiras e que preferia se manter distante.
 E então ele disse algo que a deixou sem saber o que fazer: “você é a garota perfeita para mim”. Porém, em seguida veio um “mas”. “Mas nós moramos longe. Eu não sei como vai ser nossa vida. Não sei nem se eu vou estar morando aqui” e mais um monte de motivos pelos quais ele não queria arriscar nenhum relacionamento. Lizzie se manteve calada e apenas concordou quando ele decidiu que eles não iriam começar um namoro.
 Mas, ao contrário do que imaginava, ela não se sentiu mal. Foi como se Darcy tivesse colocado o ponto final que precisava. Aquilo era o que ela queria, uma conversa sincera. A partir dali, saberia lidar com seus sentimentos, saberia o que ele realmente queria dizer com suas atitudes e, a partir dali, sua relação com Darcy se restringiria a uma amizade. Foi um alívio.
 A conversa pareceu ter surtido também um efeito positivo em Darcy. Ele parou de evitá-la e, pelo contrário, se aproximou ainda mais. Se tornou de fato seu amigo. E eles passaram dias legais antes que ela viajasse.
 Na praia, Lizzie desligou sua mente de Darcy. Conheceu outro garoto com quem teve um pequeno caso e por um momento chegou a acreditar que poderia até mesmo se apaixonar por ele. Foi bom perceber que havia retomado o controle de seus sentimentos. Ela depois viajou com sua família para Cabo Frio e continuou com sua mente livre e tranquila por muito tempo.
 Quando retornou a Belo Horizonte, Lizzie estava vazia. Não havia mais nada que a prendesse, além, é claro, da falta que sentia de todos os seus amigos. Incluindo Darcy, mas como amigo apenas, como ele fazia questão de afirmar ao dizer às pessoas que seu “namoro” com Lívia havia acabado.
 Em suas próximas visitas à sua cidade, ela percebeu que sua amizade com ele estava chegando cada vez a um ponto melhor. Lizzie também havia emagrecido, estava mais bonita e mais confiante. Sem saber como, alguma coisa havia mudado dentro dela e isso fez com que Darcy não passasse um dia sem elogiá-la. Ele estava espantado com sua mudança e com o fato de ela ter acabado com todos aqueles defeitos que ele havia apontado no texto que havia escrito para ela. Então foi como se eles tivessem finalmente encontrado o caminho certo. Era tudo tranquilo, divertido e sem que Lizzie fosse para casa todos os dias tentando entender o que cada atitude ou cada frase significava.
 Ela começou a trabalhar em Belo Horizonte, conheceu pessoas com quem se identificou bastante e então veio uma notícia que, por um momento, pareceu que iria abalar toda a sua vida. Bing e Jane terminaram. Sua ligação com o grupo foi rompida. E sua insegurança a fez questionar se aquilo significava que iria perder a amizade de todos os meninos. E, mais uma vez, ela se questionou se sua relação com Darcy também chegaria ao fim.
 Mas uma mensagem do garoto a tranquilizou, dizendo que já que os amigos não estavam mais juntos ele havia “pleiteado sua guarda”. E assim foi. Quando ia à sua cidade, Lizzie continuava encontrando seus amigos, inclusive George, que a essa altura já havia voltado a morar lá e acabou se tornando muito mais seu amigo do que era antes de eles terem ficado. Eles nunca mais tocaram no assunto, porém.
 Em Belo Horizonte, Lizzie começou a conhecer outros caras. A possibilidade de um caso com um famoso cantor sertanejo surgiu, uma amizade intensa com um colega de trabalho também. Parecia que havia chegado o momento de esquecer Darcy de uma vez por todas. Em sua cidade, ela vivia contando as novidades aos amigos e foi a partir dali que as coisas começaram a mudar novamente.
 Como nunca havia acontecido antes, Darcy começou a se fazer muito presente pela internet, quando ela não estava na cidade. Eles combinaram de ir à Festa a Fantasia daquele ano juntos e enquanto decidiam os últimos detalhes das fantasias, começaram a trocar mensagens pelo celular.
 Sem saber muito bem como, talvez por instinto feminino, Lizzie percebeu que as mensagens e os convites de Darcy não eram mais com o mesmo intuito. Ele a convidou para ir jogar boliche com o pessoal de seu trabalho e, mesmo tendo convidado Jane também, ficou bastante evidente que havia um interesse maior por trás do convite.
 No dia do jogo, não havia uma só pessoa que não pensasse que eles eram namorados. Estavam unidos, estavam em sintonia. E Jane chegou a ficar sozinha por alguns momentos, porque Darcy reivindicava a presença de Lizzie em tudo que ia fazer. Ela também percebeu o ciúme quando o assunto era sua vida em Belo Horizonte, seus novos amigos e os caras que ela havia conhecido.
 Eles saíram diversas vezes durante esses dias, embora sempre na companhia dos amigos, e em todas as vezes Darcy não saía do seu lado. Eles passavam a maior parte do tempo conversando entre si do que com o resto do grupo. Inclusive, em uma noite, enquanto comiam em uma pizzaria, um colega de classe de Darcy chegou a mandar uma mensagem de celular dizendo a ele para “beijar logo” Lizzie, já que fazia um bom tempo que os dois haviam se afastado do grupo para que ele fumasse e estavam conversando de mãos dadas. Darcy mostrou a mensagem a Lizzie e os dois riram, enquanto ele respondia que eles eram apenas amigos. Mas nem mesmo aquela resposta incomodou Lizzie, porque daquela vez ela sabia que Darcy não estava tentando colocar uma barreira na frente de uma possibilidade de relacionamento.
 A noite em que Lizzie passou a ter certeza dos novos sentimentos de Darcy veio alguns dias depois, quando, após saírem com Jane e Bing (eles ainda saíam juntos, como amigos), Lizzie, Darcy e George resolveram terminar a noite em um bar. Tinha tudo para ser estranho, mas a amizade deles era mais forte do que qualquer detalhe constrangedor. E Lizzie se sentia feliz. O que diria a garota de 17 anos que era doida para ser amiga de meninos se a visse ali? Se sentia madura e realizada.
 Naquela noite, durante uma conversa qualquer, George disse a Lizzie e Darcy que parassem de enrolar e ficassem juntos logo. Aquilo foi um choque para ela. Sem saber o que responder, ela apenas arregalou os olhos e Darcy disse “a gente já conversou sobre isso. Nós não vamos namorar porque ela está em Belo Horizonte”. Enquanto ela pensava “O que? Nós não decidimos isso! E como assim você pensa em namorar comigo?”, George respondeu “eu não sabia que vocês estavam nesse nível”. E então, depois de encerrar o assunto, Darcy disse que iria ao banheiro. 
 Aproveitando a ausência do amigo, George continuou o assunto com Lizzie, dando a entender que eles deveriam parar de enrolar e se surpreendendo quando ela contou a ele que os dois só haviam ficado três vezes. Ele perguntou se era durante três vezes que ela havia ido à cidade e ela disse que não, que eram três dias apenas. E então Lizzie ficou se perguntando o que as outras pessoas deviam pensar e por que os melhores amigos de Darcy tinham uma impressão errada de seu relacionamento com o menino. Mas Darcy voltou do banheiro antes que o assunto se estendesse mais.
 Houve um momento também em que, de repente, Darcy resmungou algo como “ah, Lizzie, eu não sei mais o que fazer para ficar com você” e, mais uma vez pega de surpresa, ela deu uma risada sem graça e não disse nada. Seu cérebro tinha muita dificuldade em raciocinar sobre esse assunto.
 Depois disso, Lizzie voltou a Belo Horizonte para passar a semana e então retornar no final de semana seguinte, quando seria a Festa a Fantasia. Darcy havia desistido de ir, por falta de dinheiro, e isso fez com que a menina também desanimasse um pouco. E começasse a se questionar se sua desistência não tinha nada a ver com ela.
 E então chegou o dia em que tudo mudou de vez. Dia 8 de junho de 2012, véspera da Festa a Fantasia. Eles haviam ido ao show de uma banda de amigos, em um pub descolado da cidade. Fitz também estava junto dessa vez e, assim como havia acontecido em momentos anteriores, Lizzie ouviu uma conversa sua com Darcy em que ele pedia para o amigo deixá-lo tentar algo com ela. Ele também já havia ficado com a menina que Darcy e George haviam dividido uma vez e talvez por isso achasse que com Lizzie seria igual. Mas todas as vezes em que havia tentado, Darcy não permitira.
 Enquanto conversavam e bebiam, uma garota bêbada tentou de tudo para juntar Lizzie e Fitz, chegando a puxá-los para um lugar em que pudessem ficar a sós, mas sempre que percebia, Darcy se aproximava, passava a mão na cintura de Lizzie e adotava uma postura de quem diz “ela é minha”. A garota bêbada chegou a dizer para ele sair de lá, que ele estava atrapalhando e que Lizzie era a garota de Fitz, ao que Jane respondeu “ela é mais dele do que dele”, apontando primeiro para Darcy e depois para o amigo.
Lizzie não sabia muito bem o que pensar de tudo aquilo. Havia algo dentro dela que já avisava que Darcy tentaria ficar com ela naquela noite. Ele estava interessado demais, protetor demais. Durante o show, ela tentou conversar com Jane a respeito. Disse que não sabia o que fazer se Darcy realmente tentasse beijá-la. Não queria fazer papel de boba novamente, mas sabia que as coisas não estavam mais iguais. Havia algo lhe dizendo também que dessa vez era para valer.
 Então, durante uma das músicas, Darcy se aproximou dela e a abraçou. Ela se sentiu confortável em seus braços e abaixou a guarda, então, como quem não quer nada, distribuindo beijos por sua bochecha, ele finalmente alcançou seus lábios. Os dois se beijaram de uma maneira quase feroz. Parecia que tentavam recuperar o ano e meio que haviam desperdiçado estando separados. Darcy a guiou até uma pilastra, de onde expulsou Bing e George sem nem olhar, e ali os dois ficaram até que sentiram o maxilar doer.
 Parando para descansar um pouco, eles foram para o lado de fora do pub, onde a maioria das pessoas estava conversando. Lizzie resolveu entrar para buscar uma cerveja e então foi interceptada por outro garoto. Um garoto que ela havia recusado (por causa de Darcy, embora não admitisse) muito tempo atrás durante uma festa. Ele queria conversar e aproveitou o momento para dizer tanta coisa a ela, que a garota ficou atordoada. Ele disse que estava apaixonado, que não havia conseguido esquecê-la desde aquela festa, que ficava vendo o que ela postava no Facebook, mas não tinha coragem de comentar, entre outras coisas. Lizzie não sabia o que fazer. Se sentia horrível por ter que rejeitá-lo novamente. Ela disse que estava ficando com Darcy naquela noite, pediu desculpas e pediu que ele não deixasse de falar com ela, que era bobagem se acanhar. A verdade é que ela sentia vontade de chorar toda vez que precisava rejeitar alguém. Odiava aquela sensação.
 No meio da conversa, porém, Darcy apareceu. Ele estava com ciúmes e abraçou Lizzie tão forte que chegou a doer suas costelas. Ele também tentou beijá-la, mas Lizzie evitou. Não queria fazer isso na frente do menino que havia acabado de se declarar para ela. Então disse a Darcy que estava conversando e pediu que ele a esperasse lá fora.
 Quando conseguiu encerrar o assunto com o outro menino e saiu, ela foi direto para os braços de Darcy. Ele a abraçou apertado e ficou tão enciumado quando ela contou o conteúdo da conversa com o outro garoto, que simplesmente ignorou tudo que ela havia dito e saiu para ir ao banheiro. Antes de chegar à porta do pub, porém, ele voltou, puxou Lizzie pela mão, a colocou ao lado de Jane, fez a amiga passar um braço por seu ombro e manter a outra mão fechada em punho, pedindo que ela defendesse Lizzie caso mais alguém tentasse se aproximar. Lizzie estava extasiada.
 Quando voltou do banheiro, ele e Lizzie se afastaram novamente de Jane e voltaram a aproveitar seu tempo junto. Então Darcy fez algo pelo qual Lizzie não esperava. Após se separarem de um beijo, ele disse uma frase que ela pensou que nunca ouviria de sua boca. Darcy disse “eu te amo”. 
Um tanto automaticamente, ela respondeu “eu também”, embora não soubesse muito bem o que aquilo significava. Ele ainda disse um “eu te amo, muito mesmo”, antes que a noite acabasse e, quando resolveram ir para casa, Lizzie soube que algo muito maluco havia acontecido naquele lugar.
 No dia seguinte, Darcy apareceu em sua casa durante a tarde. A caminho de casa, na noite anterior, ela havia convidado ele e Fitz para um churrasco. E ficou surpresa por ele realmente ter ido, mesmo que o churrasco já tivesse acabado quando ele chegou. Os dois passaram a tarde conversando e terminando de arrumar os detalhes que faltavam para que a fantasia dela ficasse pronta. Jane se juntou a eles pouco tempo depois. E até anoitecer, não houve um momento em que Lizzie não estivesse sorrindo.
 Com quase tudo pronto, Darcy disse que iria em casa tomar um banho, mas que voltaria logo.  Jane também foi embora e Lizzie resolveu seguir o exemplo dos amigos. Quando terminava seu banho, Darcy bateu à porta e ela não conseguiu acreditar que ele já havia voltado. Aquela pressa não era característica dele, que sempre enrolava. Ela se arrumou o mais rápido que pode e encontrou o garoto na sala de sua casa, conversando com sua mãe.
 Como a fantasia já estava quase pronta, e a parte que faltava precisava da ajuda de Jane, eles ficaram conversando, vendo coisas no computador e aproveitando a companhia um do outro. Então, quando Lizzie menos esperava, Darcy se aproximou depressa e roubou um rápido beijo de seus lábios. Foi algo natural, sem pretensão de se transformar num grande beijo, apenas um pequeno lembrete do que havia acontecido na noite anterior. E aquilo fez o estômago de Lizzie girar 360 graus.
 Eles não falaram sobre o que haviam feito, nem discutiram como seria dali para frente. Quando Jane chegou, Lizzie já havia vestido quase toda a sua fantasia e as duas terminaram de se arrumar juntas. Darcy só foi embora quando elas entraram no carro a caminho da festa.
 Lizzie evitou pensar no que havia acontecido durante a noite, mas não conseguiu. Contou tudo a Jane, incluindo a parte em que ele dizia que a amava, e sua amiga ficou tão ou mais surpresa que ela, concordando que ele não parecia em nada com o Darcy que costumava ser. Uma angustia dominou seu peito quando pensou que precisava voltar a Belo Horizonte no dia seguinte e suas ideias sempre tão bagunçadas começaram a inundar sua mente com inseguranças e questionamentos sobre como seria tudo a partir dali. Mas Jane não deixou que ela estragasse sua noite e manteve aqueles pensamentos o mais longe possível.
 Na festa, Lizzie não ficou com ninguém. Não achava justo com Darcy, embora eles não tivessem nada um com o outro. Ela se divertiu com sua amiga e voltou tão exausta para casa que não teve tempo de pensar em nada antes de dormir.
 Na manhã seguinte, Lizzie ligou para Darcy. Ele havia pedido que ela fizesse aquilo, com a desculpa de que queria pegar um filme em seu computador. Um filme que dava para ele ter pegado na noite anterior. Ela esperava que ele fosse dizer que estava com sono, que deixasse para passar o filme em outra oportunidade, mas para sua surpresa, Darcy foi. Sua cara de sono já demonstrava o esforço que ele havia feito para sair da cama e ele contou que havia ido dormir apenas quatro horas antes. Lizzie não podia acreditar em tudo que ele estava fazendo.
 Ela passou o filme para seu pen drive e Darcy deitou em seu colo, enquanto ela arrumava as malas. Ele ficou com ela por um bom tempo, mas chegou um momento em que decidiu ir embora. Lizzie o acompanhou até o portão e, ali, ele a beijou novamente. Sem se importar se os pais da garota iam ver, sem se importar com o fato de que em poucas horas ela estaria dentro de um trem a caminho de Belo Horizonte. Ele voltou a dizer que a amava, antes de ir embora.
 A volta para BH nunca havia sido tão dolorosa. Lizzie queria se agarrar a qualquer coisa que pudesse deixá-la ali. Não era justo ter que ir embora logo quando estava tudo dando certo. E ela temia que as coisas voltassem a ser como eram antes se não estivesse ao lado dele.
 Mas Darcy mais uma vez provou que ela estava errada. Ele passou a mandar mensagens todos os dias, por celular e por Facebook. Pediu a ela que comprasse um chip da TIM, para que eles pudessem se ligar e conversar por horas. E sua atitude em relação a ela mudou tanto que chegava a ser inacreditável.
 Ele então começou a dizer para todo mundo que tinha uma namorada, mas que sua namorada morava em Belo Horizonte. E era ele mesmo quem contava isso a Lizzie. Ela não conseguia acreditar e nunca conseguia fazer sua voz sair quando pensava em questioná-lo até que ponto aquilo era verdade.
 Lizzie se sentia bem e não podia acreditar que estava em um relacionamento com Darcy, mas as lembranças do que havia acontecido no passado não deixavam que ela relaxasse e confiasse que tudo estava certo. Ela precisava ter certeza das intenções do garoto antes de se entregar de vez, de se render àquele sentimento com o qual havia tanto lutado. Não podia correr o risco de ser apenas uma “amiga com benefícios”, porque isso acabaria machucando seu coração mais uma vez.
 Mais de um mês depois, Lizzie voltou à sua cidade. A ansiedade para vê-lo novamente era enorme. Não sabia como seria quando se vissem novamente e a resposta foi melhor do que ela esperava. Ele a cumprimentou com um beijo e não houve um dia sequer em que eles não se viram, saíram juntos e curtiram como qualquer casal. Mas então ela decidiu que precisava conversar com ele. Precisava colocar um fim às dúvidas que tanto assombravam sua mente.
 Como a maior parte do tempo em que estavam juntos havia pelo menos um amigo por perto, Lizzie decidiu bolar um plano para que pudessem ficar completamente sozinhos sem ter que dizer que queria conversar com ele. Ela ficou andando pelo centro da cidade até dar a hora de Darcy sair do trabalho, então pediu que ele a encontrasse para que fossem juntos embora. 
 Os dois caminharam pela cidade enquanto conversavam coisas sem importância e Lizzie tentava puxar o assunto que só de pensar já a deixava nervosa. Então acabaram encontrando um velho conhecido de Darcy que há muito não o via. Eles conversaram um pouco e então o cara perguntou quem era a garota e Darcy disse “É a Lizzie”. “Lizzie...”, o cara disse e Darcy, meio sem graça, respondeu “Minha amiga, Lizzie”. Amiga. Darcy havia se referido a ela como amiga. De repente, a garota sentiu toda a sua vontade de conversar se esvair. Ficou decepcionada. Não podia acreditar que depois daquilo tudo ele ainda a considerasse apenas uma amiga.
 Mas ela não desistiu. Depois de enrolar o máximo que pode, decidiu que precisava conversar de uma vez por todas. Havia um ultimato em sua cabeça. Se Darcy dissesse que eles eram apenas amigos, aquele seria o fim de seu relacionamento inteiro com o garoto. Não podia continuar brincando com seus sentimentos daquela forma.
 Então, depois de passar na casa dele para que ele trocasse de roupa e decidirem que iriam se encontrar com Bing e George, Lizzie percebeu que não podia mais enrolar. Se chegassem à casa dos amigos sem que tocasse no assunto, talvez ela nunca mais o fizesse. Então ela respirou fundo e, com as mãos trêmulas, disse a Darcy que eles precisavam conversar. “Sobre o que?”, ele perguntou, apreensivo. “Sobre nós dois”, ela respondeu. 
 Lizzie disse a ele como estava se sentindo desde que eles haviam começado com aquele caso indefinido e que gostaria de entender o que estava acontecendo entre eles. Disse que não sabia como ele se sentia e que precisava de uma certeza, pois estava cansada de ter coisas mal resolvidas em sua vida. E o aperto em seu coração já parecia prever que Darcy não reagiria da melhor maneira possível.
 O garoto parecia prestes a sair correndo. Sua mão suava no ombro de Lizzie e de vez em quando tremia um pouco. Ele disse que não queria namorar, não queria colocar um rótulo no que eles tinham e que o fato de ela morar em Belo Horizonte não permitia que eles tivessem condições de assumir um compromisso. Mas disse também que desde o dia em que eles haviam ficado – no dia antes da Festa a Fantasia -, ele não havia ficado com mais ninguém. Não por falta de oportunidade, mas, como disse a um amigo, por não achar justo fazer isso com ela.
 “Então qual é a diferença entre o que nós temos e um namoro?”, Lizzie perguntou. Ela só queria entender. Mas Darcy voltou a falar de rótulos e que “se começarmos a namorar, vai acabar em menos de três meses, porque foi esse tempo que durou com a Caroline”. Lizzie sentiu seu sangue ferver. Por que diabos ele tinha que compará-la com a maldita ex? Com a “velha” com quem ele tinha perdido a virgindade e que tanto a deixara magoada? Nervosa, ela respondeu “mas eu não sou a Caroline!” e ele disse “por isso mesmo, não quero arriscar que aconteça com você o que aconteceu com ela, porque agora ela não significada mais nada para mim. E você significa muito para eu arriscar perder assim”. Aquilo seria o bastante para que ela entendesse, se a situação dos dois já não estivesse na posição em que arriscavam tudo. Ela não conseguia entender por que ele não queria namorar, mas queria ficar com ela, ser fiel a ela, conversar com ela todos os dias e tratá-la como namorada.
 Os dois discutiram e discutiram até que chegaram à casa de Bing sem nenhuma solução. Ele perguntou se os dois poderiam continuar o assunto depois, mas, apesar de ter concordado, Lizzie já tinha a resposta que queria. Darcy não gostava dela o suficiente, não o tanto que dizia... Ela disse que iria ao cinema com os meninos – algo que eles haviam combinado mais cedo, mas Darcy não queria – e que depois eles conversavam. Então foi para casa, deixando-o sozinho na casa dos amigos.
 Lizzie chorou até seus olhos doerem.
 Então, quando deu a hora de ir ao cinema, embora não tivesse minimamente disposta, ela levantou a cabeça, se arrumou e foi, como se tudo estivesse bem. Assistiu ao filme com seus amigos e dois primos, e conseguiu tirar os problemas de sua cabeça durante aquele tempo. Quando saíram, porém, Bing disse que Darcy havia pedido que eles ligassem para ele, avisando se iriam a algum outro lugar. Como iriam sair para comer, achou que deveriam avisar ao amigo. Então Lizzie entregou seu celular a ele, pois não se sentia disposta a conversar com Darcy por telefone, mas era a única que tinha créditos.
 Pouco tempo depois de chegarem ao lugar onde iam comer, Darcy apareceu. Lizzie estava sentada entre seus dois primos, portanto ele teve que se contentar em se sentar do outro lado da mesa. Ela evitou olhar em sua direção a noite inteira e tentou parecer o mais descontraída possível. Não queria que ele soubesse que ela estava sofrendo. Seu orgulho não deixava que ele visse sua fragilidade. De vez em quando, ela notava Darcy olhando fixamente em sua direção, mas não fazia nada. Na verdade, ela nem sabia o que mais poderia fazer.
 Eles foram embora e Lizzie mais uma vez chorou ao entrar em casa, mas seu choro foi interrompido quando seu celular tocou e Darcy pediu que ela fosse até o portão de sua casa. Ao encontrá-la, ele perguntou se estava tudo bem e, ao receber uma resposta positiva, disse que nada estava bem porque ela o havia evitado a noite inteira. Ele ainda disse que achava que eles haviam combinado de terminar a conversa depois e Lizzie falou “nós podemos, mas eu já tenho a minha resposta”. “E que resposta é essa?”, ele perguntou. “Que você não gosta de mim o suficiente”, ela respondeu. Darcy ficou nervoso e disse que ela não podia afirmar o quanto ele gostava dela, que só ele sabia como realmente se sentia e que era justamente por gostar muito dela que ele estava agindo daquela maneira. Estava agindo racionalmente, ao invés de emocionalmente, para tentar não errar, para tentar encontrar uma maneira de fazer aquilo funcionar, mesmo que à distância.
 Então, meio que cansado, ele disse “eu to arriscando tudo agora, mas... Você quer namorar comigo?”. O frio na barriga de Lizzie indicava que sim, mas sua cabeça já estava tão bagunçada que não permitiu que sua boca respondesse. Ela ficou em silêncio por um tempo, tentando entender seus sentimentos conflitantes e, ao olhar para o céu, viu uma estrela cadente. Ela pediu que conseguisse resolver aquela situação, então disse “eu não quero que você me peça em namoro só porque eu te pressionei também”. Ela se sentia estúpida. Tudo que fazia, toda resposta de Darcy que alcançava, parecia apenas provar a ela que estava fazendo tudo errado. Mas ele respondeu que estava fazendo aquilo porque queria e não porque estava pressionado. “Eu tenho uma escolha e to escolhendo fazer isso”. Mas Lizzie não conseguiu dizer “sim”.
 Os dois entraram e passaram a conversar na varanda da casa da garota, onde reviveram toda a conversa do dia. Eles pareciam estar andando em círculos, discutindo sobre as mesmas questões, que não faziam nenhum sentido. Tentando chegar a uma conclusão sobre chamar ou não o que eles tinham de namoro. Quando Lizzie resolveu aceitar o pedido e dizer que eles deveriam tentar, Darcy entrou em pânico e disse que não. Ele estava com medo.
 Então, quando já se aproximava das quatro horas da manhã, Lizzie mandou Darcy embora. Ele não queria, queria resolver aquilo, mas os dois estavam cansados e não chegariam a nenhuma conclusão. Eles foram dormir naquela noite sem saber exatamente o que estava acontecendo.
 Mas, no dia seguinte, Lizzie foi surpreendida quando Darcy passou a chamá-la de namorada e a apresentá-la como namorada a todas as pessoas, principalmente quando, à noite, retornaram ao pub onde tudo aquilo havia começado.
 Eles não conversaram mais sobre o assunto, mas a garota entendeu que ele havia se rendido. E quando ela teve que voltar a Belo Horizonte de novo, se surpreendeu ao entrar no Facebook e ver que ele havia colocado que os dois estavam em um compromisso sério. Foi uma surpresa boa.
 E, pela primeira vez, ela sentiu que as coisas estavam no lugar certo.


03:05

sexta-feira, 16 de março de 2012

♥ Upside Down

Your eyes, oh your eyes
They look so, so bright
They made me blind
But you keep shining for me, for me

Your lips, your hair
Even the way you talk
The way you move
And how you’re shy when you’re looking at me

‘Cause, girl, since I saw you for the very first time
You’ve changed my world
Oh baby, you’ve blown my mind
But you don’t let me be part of your life
Oh, just let me show you what you mean to me
And be your man, the only one you need
What would I give to be with you right now
Baby, you’ve turned me upside down

I know that you
Knows everything about me
But you don’t know
How I felt when you told me to leave you alone

And when you said
That he’s the only one that you want
You broke my heart
So now I need you to start picking the pieces

‘Cause, girl, since I saw you for the very first time
You’ve changed my world
Oh baby, you’ve blown my mind
But you don’t let me be part of your life
Oh, just let me show you what you mean to me
And be your man, the only one you need
What would I give to be with you right now
Baby, you’ve turned me upside down

Baby, I just want you to give me a time
And I’d do everything just to make you mine
‘Cause you are the one for me

Girl, since I saw you for the very first time
You’ve changed my world
Oh baby, you’ve blown my mind
But you don’t let me be part of your life
Oh, just let me show you what you mean to me
And be your man, the only one you need
What would I give to be with you right now
Baby, you’ve turned me upside down (4x)
… Upside Down


23:13

♥ Romance visto

Como viver apenas no seu olhar?
Dias inteiros passados em suas pupilas
Um sentimento perdido a cada piscada
E um pedaço de sua vida caindo a cada lágrima minha derramada

Começando por aqui, onde irá acabar?
Nós sabemos que vivemos uma grande história
Embora em alguns momentos
Seus olhos tenham se desviado dos meus

Um toque, um abraço, talvez um beijo
Palavras de amor ou, quem sabe, de ódio
Saudades sentidas quando eles não se viam
E tudo apenas com o encontro dos nossos olhos

Em cada corredor, ruas, salas
Seus olhos se inquietavam enquanto não achavam os meus
E estes se enchiam de lágrimas
Quando sabiam que o sonho estava prestes a acabar

Ainda hoje se buscam
E a cada noite tentam se encontrar
Mesmo com as pálpebras fechadas podem sentir-se
E mesmo estando longe, se sentem tão próximos que se confortam

Com uma palavra sussurrada
Ou um abraço imaginado
Se despedem e seguem seu rumo
Esperando que um dia se encontrem novamente

Lívia Magalhães - 2008


23:12

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

♥ New Years Resolutions

1 - Fazer tudo que me der vontade, sem overthinking.
2 - Experimentar coisas novas.
3 - Chegar aos 54kg.
4 - Começar alguma atividade extra-curricular.


02:31

♥ MYSELF ;


    Lívia Magalhães
    18, journalist

♥ I Support

♥ Past